quarta-feira, 8 de março de 2017

Resenha da edição portuguesa de Coisas de Adornar!

E Coisas de Adornar segue encantando os leitores portugueses! Agora é a vez do crítico Pedro Cleto, que colocou a HQ como "uma das melhores BD editadas em Portugal em 2016".
Para conhecer o trabalho desse resenhista acesse: http://asleiturasdopedro.blogspot.com.br/2017/03/coisas-de-adornar-paredes.html
Reproduzo abaixo a resenha publicada por ele em 08/03/2017:

Coisas de adornar paredes

2, 3, 4, … em um
Uma das grandes edições lançadas em 2016 em Portugal, este Coisas de Adornar Paredes é uma bela surpresa a vários títulos, desde logo pela multiplicidade de histórias que nos proporciona.
Colectânea de contos curtas, tendo como traço de união (tudo) aquilo que penduramos nas paredes e algo mais que destacarei no fim, este (belo) livrinho revela o enorme potencial de (mais) um autor brasileiro, José Aguiar.
Vou começar pelo traço, onde se adivinha a cor – cores - que noutros casos tem tido, e que apesar de alguma simplicidade, brilha graças às subtis mudanças de câmara que vão sendo introduzidas e que dão o dinamismo ligeiro necessário a histórias narradas em off.
Histórias simples, realistas, terra a terra (que elogio que isto é!), que fazem lembrar, pela simplicidade e abordagem o mestre Will Eisner e que poderiam ser, várias delas, um belo romance gráfico, assim Aguiar o tivesse desejado.
A santinha (no nicho na parede), símbolo da crendice de olhos vendados, o calendário da modelo (pendurado na parede) ou a obsessão sexual e os sonhos (ir)realizados, a reprodução da Última Ceia de Cristo, de Leonardo da Vinci, as fotos de várias gerações, uma simples rachadela ou os azulejos que vão surgindo intermitentemente ao longo do relato, são as tais ‘coisas de adornar paredes’ que o (belo) título destaca e que podem ser, representar, significar mais, muito mais do que aquilo que num simples olhar aparentam, pela forma como quem as pendura se relaciona com elas e as valoriza.
Tudo isto serve a José Aguiar para mergulhar no quotidiano, na vida, nos sonhos de seres humanos simples como nós, e traçar de forma impressiva retratos poderosos, que tocam, fazem pensar e questionarmos o que penduramos nós nas nossas paredes.
E a tudo isto, como o tal traço de união extra que referi no início, Aguiar acrescenta, no final de cada relato curto, umas poucas páginas em, que, com dois amigos, reflecte sobre as suas criações, ouve as opiniões dos outros, expõe as dificuldades de editar que os autores enfrentam no Brasil – lá, como cá – dando mais ainda (de si) ao leitor.
Coisas de adornar paredes
José Aguiar
Polvo
Portugal, Outubro de 2016
150 x 210 mm, 120 p., pb, capa mole com badanas
ISBN: 978-989-8513-60-1
11,90 €

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